quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dê-se a conhecer o património religioso da região

Sempre que faço férias, designadamente no estrangeiro, ou mesmo em Portugal, não posso deixar de reflectir sob a forma como o património existente no concelho de Castelo Branco não é dado a conhecer a todos os visitantes (e são cada vez mais) que passam por esta região, em comparação com o que vejo em outros países, em outras cidades, em outros locais, por vezes com bem menos motivos e razões para assinalar.
De facto, chega a ser constrangedor saber que há na região, e particularmente no concelho de Castelo Branco, vasto e valoroso património histórico, artístico, arquitectónico e paisagístico, mas que apenas consegue ser "descoberto" se o conhecimento prévio e a persistência dos visitantes assim o permitirem.
Refira-se que sou um apreciador do trabalho realizado pela actual gestão camarária nos últimos anos. Falta porém, ao que julgo, dar o salto para fora do enquadramento que baliza a sua actuação. Falta divulgar, para o EXTERIOR, as potencialidades deste concelho, a todos os níveis, e ancorá-lo a um nível mais alto no que concerne às diversas vertentes de turismo, seja a dos simples viajantes, de passagem, seja a dos turistas que querem conhecer e permanecer na região por uns dias.
Como muitos outros portugueses e estrangeiros, gosto de ver e (se possível) visitar os museus, os solares, os castelos, as igrejas, os conventos, as pontes, os fontanários, os legados pré-históricos e todo o património que, ao longo dos tempos, foi sendo edificado nas terras que visito. E por isso, frequentemente, entro em igrejas, pagando para entrar em algumas (em regra, valores simbólicos), ou deixando contribuições voluntárias em outras, quando não é cobrada directamente a entrada e está disponível esta forma de "pagamento".
Por este motivo, dei comigo a reflectir sobre as igrejas que conheço, ou que sei da sua existência, na área abrangida pelo concelho de Castelo Branco, e, para surpresa minha, cheguei perto da centena, mais precisamente 97! E acredito que, provavelmente, terei omitido ainda algumas que o meu desconhecimento não me permitiu referenciar.
Para melhor ilustrar o que digo, eis a lista de igrejas, capelas, ermidas e conventos existentes no concelho de Castelo Branco, e que consegui inventariar:
Castelo Branco: Sé de Castelo Branco / Igreja de São Miguel; Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Missionários Redentoristas); Igreja do Valongo; Igreja do Cansado; Igreja de São Tiago; Capela de Nossa Senhora da Piedade; Convento de Santo António; e Ermida de Nossa Senhora de Mércoles. Alcains: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição; Capela do Espírito Santo; Capela da Senhora da Piedade; Capela de Santa Bárbara; Capela do Senhor Jesus do Lírio; Capela do Seminário de São José; Ermida de Santa Apolónia; Ermida de São Pedro; e Ermida de São Domingos. Almaceda: Igreja Matriz; Capela do Espírito Santo; e Capela da Sra. da Graça. Benquerenças: Igreja Matriz. Caféde: Igreja Matriz; Capela de São Tiago; e Capela da Senhora do Valverde. Cebolais de Cima: Igreja Matriz; Escalos de Baixo: Igreja Matriz; Capela de Nossa Senhora das Neves; Capela de Santo António; Capela de São Sebastião; Capela do Monte de São Luís; e Capela de Nossa Senhora dos Aflitos. Escalos de Cima: Igreja Matriz de São Pedro; Capela de Santo Amaro; e Capela Nossa Senhora da Ajuda. Freixial do Campo: Igreja Matriz; Capela de São Sebastião; Capela de Santa Catarina; Capela de Nossa Senhora de Lurdes. Juncal do Campo: Ermida de São Simão. Lardosa: Igreja Matriz; Capela de São Sebastião; Capela de Santo António; e Capela de Nossa Senhora de Fátima.Louriçal do Campo: Igreja Matriz de São Bento; Igreja de São Fiel; Capela Nossa Senhora da Conceição; Capela de São Sebastião; e Capela do Espírito Santo - Lugar da Torre. Lousa: Igreja Matriz; Capela de Santo António; e Capela de Santa Bárbara. Malpica do Tejo: Igreja de São Domingos; Capela de São Bento; e Ermida de Nossa Senhora das Neves. Mata: Igreja Matriz; e Capela de São Pedro. Monforte da Beira: Igreja Nossa Senhora da Ajuda. Ninho do Açor: Igreja Matriz de São Miguel; e Capela de Santo António. 
Póvoa de Rio de Moinhos: 
Igreja Matriz; Ermida Nossa Senhora da Encarnação; Capela de São Sebastião; Capela da Senhora das Almas; e Capela de Santa Águeda.
Retaxo: Capela Nossa Senhora da Guia. Salgueiro do Campo: Igreja Matriz de São Pedro; Capela Nossa Senhora de Fátima; Capela de São Lourenço; Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso; e Capela de São Sebastião. Santo André das Tojeiras: Igreja Matriz; e Capela de Santo António - Lugar Fonte Longa. São Vicente da Beira: Igreja Matriz; Igreja da Misericórdia; Capela de São Francisco; Capela de São Sebastião; Capela da Senhora da Orada; e Convento. Sarzedas: Igreja Matriz; Igreja da Misericórdia, Capela de São Pedro; Capela de São Jacinto; Capela de Santo António; Capela de São Sebastião; Capela de Santa Margarida; Capela de Santo Ildefonso; Capela de São Domingos; Capela de Santa Maria Madalena; Capela de São Paulo; e Capela de Nossa Senhora da Saúde. Sobral do Campo: Igreja Matriz; Capela do Espírito Santo; e Capela de Santa Cruz. E Tinalhas: Igreja Matriz; Capela do Espírito Santo; Capela do Senhor do Miradouro; Capela da Rainha Santa Isabel; e Capela de São Pedro.
Com este vasto património (e apenas listei o património religioso mais simbólico), julgo que à Câmara Municipal de Castelo Branco, eventualmente em parceria com outras entidades, designadamente as religiosas, competirá providenciar pela sua divulgação, pelos meios entendidos como mais adequados.
Salvo melhor opinião, a divulgação poderá passar, por exemplo, pelas seguintes vertentes e sugestões:
- Sinalizar, com sinalética adequada e já existente em outras situações e locais, o património existente, quer dentro das localidades, quer os caminhos e percursos que permitem lá chegar, designadamente os seguintes pontos de interesse turístico: museus, conventos, solares, igrejas, ermidas, capelas, fontanários e chafarizes, pontes, cruzeiros, recintos de festas;
- Elaborar um guia turístico do património religioso do concelho de Castelo Branco, com fotos ilustrativas, descrição sintética das principais características de cada elemento patrimonial, horários e condições de visita, e respectiva localização;
- Elaborar um pequeno mapa do concelho de Castelo Branco, onde constem os principais pontos turísticos da região, a disponibilizar nos postos de turismo e nos hotéis e residenciais do concelho;
- Estabelecer protocolos com estabelecimentos escolares da região, tendo em vista a afectação/colocação de dois estudantes por localidade (eventualmente em sistema de turnos/escalas), durante um determinado período temporal (fins de semana e meses de Julho e Agosto), e com horário previamente definido, que mostrem aos visitantes o património existente na localidade respectiva. O trabalho poderá ser efectuado na base do voluntariado, eventualmente subsidiado / compensado através do mecenato cultural.
Divulgar o património é preciso. Dá-lo a conhecer é necessário. E todas as despesas neste sentido devem ser consideradas um investimento. Porque podem dar lucro, directamente e no imediato, ou indirecta e posteriormente.
Autor: João Prata Augusto (Caféde)
Fonte:  http://www.reconquista.pt/pagina/edicao/165/5/noticia/17202

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