domingo, 28 de junho de 2009

Castelo Branco e a sua economia agrícola


Por João Marinho dos Santos

Antes de apresentarmos uma caracterização da economia agrícola do concelho de Castelo Branco, em meados do século XVIII, teremos, obviamente, de falar, ainda, da Lardosa quanto ao então seu posicionamento administrativo. A freguesia mais a nordeste do actual concelho de Castelo Branco integrava o termo da vila de Castelo Novo.
Situada, também, em “vale” ou campina e vizinhando com Lousa, Escalos de Cima, Alcains, Póvoa de Rio de Moinhos e Louriçal do Campo, esta(va), portanto, plenamente integrada no “campo”. Tinha como anexa única um “monte”, mas demograficamente considerável (145 pessoas), contabilizando, então, a sede mais de meio milhar de indivíduos. Centeio, azeite e vinho eram os produtos principais, perfeitamente adequados, portanto, às culturas do “campo” da zona norte.
Tanto na zona do “campo” albicastrense, como na da “charneca”, os cereais (trigo, centeio e milho) continuavam a afirmar-se, no século XVIII, como produções dominantes, com relevo para o centeio. Claro está que a mancha territorial ocupada pelo “cereal pobre” não era homogénea, podendo e devendo assinalar-se que, no “campo” meridional, o trigo deveria suplantá-lo. Por sua vez, na zona central do “campo”, o equilíbrio entre os dois tipos de cereal já deveria ser maior. Por freguesias e numa intensidade decrescente, o trigo marcava presença nas de Monforte, Malpica, Mata, Escalos de Baixo e Escalos de Cima, Castelo Branco, Cafede e Salgueiro, ou seja, onde o habitat humano se mostrava mais concentrado, com explorações agrícolas de maiores dimensões e mais isoladas.
Reconheçam-se, no entanto, as fragilidades frequentes da cerealicultura, quer devido a maus anos agrícolas (ou por escassez de chuvas ou por abundância delas e, sobretudo, a destempo), quer pelo surgimento de pragas, como as terríveis nuvens de gafanhotos. Concretamente, pelos anos 30 e 40 do século XVII, valia aos habitantes do então concelho de Castelo Branco a pecuária, já que uma persistente praga de gafanhotos vinha destruindo as “novidades”. E, no ano de 1781, mais propriamente na sessão da câmara municipal de Castelo Branco que decorreu a 11 de Maio, foi lido um ofício do Intendente Diogo Inácio de Pina Manique com instruções para se evitar ou aniquilar a ameaça dos gafanhotos que já pairava sobre a raia de Espanha e estava a alastrar ao “campo” de Castelo Branco. Aliás, como mais adiante assinalaremos, a devoção à Senhora dos Altos Céus, na Lousa e suas redondezas, deveu-se, em grande parte, à eliminação miraculosa de uma terrível praga de gafanhotos.

O cultivo dos campos: um prazo da Ordem de Avis

Póvoa de Rio de Moinhos – ontem e hoje

No século XVIII, tal como hoje, existiam pequenos, médios e grandes proprietários agrícolas. Mas algumas famílias não cultivavam as terras, por diferentes motivos. Noutros casos, elas pertenciam a entidades não vocacionadas para a actividade agrícola: comendas, confrarias, conventos… Uns e outros arrendavam as suas terras, ou emprazavam-nas, como se dizia na época, a lavradores, a troco do foro, a renda de então.
Um dos grandes proprietários da Póvoa era a Ordem de Avis, que aqui detinha terras, desde os tempos medievais. Estas e as outras propriedades desta ordem no concelho de S. Vicente da Beira formavam uma comenda, dada a comendadores, da família dos Costas, grandes nobres que sempre ocuparam o cargo de armeiro-mor do Reino.
Um conjunto de propriedades da Póvoa, pertencentes a esta comenda de S. Vicente da Beira da Ordem de Avis, andava há várias gerações na posse da família Malha. Nessa época, os contratos eram por três vidas, podendo os foreiros transmitir a posse das terras emprazadas aos seus descendentes, por muitas gerações.
Em 1766, Catarina Brás, irmã do P.e Manuel Rodrigues Malha, o cura das Memórias Paroquiais, requereu à Ordem de Avis a renovação do prazo que trouxera seu irmão Dionísio Rodrigues Malha, o qual falecera solteiro e sem descendência.
Este prazo era formado por sete propriedades, cujos direitos de usufruto Dionísio Rodrigues Malha herdara de seu pai, Manuel Rodrigues Malha, de sua tia solteira, Brites Fernandes, e de Miguel Nunes.
É deste prazo que Catarina Brás reivindica a posse, apesar de já deter um outro, possivelmente também da comenda de Avis, que herdara do seu tio Vicente Fernandes, como herdeira mais directa.
O prazo emprazado a Catarina Brás era formado pelas seguintes propriedades:
Meia sorte de terra na folha da Cabeça Carvalha, ao Vale do Sabugal: era terra sem árvores, com um curral, que produzia centeio e alguns feijões fradinhos; pagava de foro meio alqueire de trigo, três quartas de centeio e meia galinha.
Uma sorte na folha de Cea, no Porto Cozendo: semeava-se de centeio e tinha alguns carvalhos; pagava alqueire e quarta de trigo, três meios de centeio e uma galinha.
Outra sorte na folha de Cea, nas Várzeas: era terra pobre e cultivava-se de centeio; pagava alqueire e quarta de trigo, três meios de centeio e uma galinha.
Uma sorte na folha do Vale da Vinha, da parte dalém da ribeira: era terra sem árvores, muito pobre e fria; produzia centeio e pagava um alqueire de trigo, outro de centeio e uma galinha.
Uma sorte na folha do Vale da Vinha, ao Cabeço da Cerejeira: tudo eram cabeços, sem árvores algumas; produzia centeio e pagava meio alqueire de centeio, meio alqueire de trigo e uma galinha. Esta sorte e as anteriores só pagavam foro no ano da cultivação, que era de três em três anos. Nos outros anos, ficavam de restolho e de relva, para os gados. O foro correspondia a um oitavo da produção.
Uma terra na Horta do Salvado: tinha uma figueira e era terra muito fria e de cabeços e lajes pelo meio; produzia centeio e pagava, todos os anos, um alqueire e uma quarta de trigo.
Um quintal ao pé da Igreja da Póvoa: tinha duas figueiras e duas oliveiras, levava de semeadura uma quarta de centeio e pagava um alqueire de centeio, todos os anos.
Catarina Brás pagava o foro ao prioste, «…por dia de Nossa Senhora de Agosto. E o trigo e centeio há-de ser bom e de receber, limpo de pá e vassoura, do melhor que derem as terras do dito prazo…». O prioste era quem, localmente, arrecadava as rendas devidas à comenda de Avis.
Em próximo artigo, abordaremos a questão da propriedade comum e privada dos espaços agrícolas.

(ANTT, Ordem de Avis, A Catharina Bras, carta de emprazamento em vidas, livro 42, fólios 144 a 159)

José Teodoro Prata

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tiesto & Yves LaRock oficialmente em Alcains


Desta vez é oficial. São ambos Dj’s internacionais, Tiesto é o DJ mais premiado de todos os tempos, Yves LaRock foi o DJ revelação do Verão de 2007, e vão estar num festival uníco, realizado em Alcains, perto de Castelo Branco.A estes dois nomes internacionais juntam-se: Diego Miranda, Eddi Ferrer, J. Gil, Sergy, Myke Karizma, Rui Sargento, Pinto Infante e Xibanga.







Para os mais atentos, ao visitarem os sites oficiais http://www.yveslarock.com/dates ou http://www.tiesto.com/, irião encontrar no calendário de eventos dos artistas a actuação em Alcains (Castelo Branco). Ora fiquem com o Cartaz oficial.
Sites para compra de bilhetes:


www2.ctt.pt

http://www.ticketline.pt/

http://www.albicoisas.pt/















Fontes oficiais: http://www.yveslarock.com/dates , http://www.tiesto.com/

Fontes: http://canilho.wordpress.com/2009/05/12/tiesto-e-yves-larock-em-alcains-a-10-de-junho/


http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=178&id=13753&idSeccao=1807&Action=noticia